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Assunto: Quantos passes foram dados? (gorila invisivel) Qui Dez 09, 2010 4:12 pm
Nosso grau de atenção é tão baixo e medíocre que pode ser manipulado de forma que nem sequer veríamos um gorila ainda que passasse por diante de nosso próprio nariz, tal e qual demonstrou uma famosa experiência psicológica realizada por Daniel J. Simons e Christopher F. Chabris, da Universidade de Illinois, atualmente conhecida como teste de atenção seletiva.
Nele, os mencionados pesquisadores mostraram para um grupo de voluntários um vídeo que mostrava um grupo de pessoas passando uma bola de basquete. A metade das pessoas usava camiseta branca e a outra metade usava camiseta preta. Os voluntários deviam então contar o número de passes que acontecia.
Concentrar-se em algo depende não somente do quão visível ele seja senão de que estamos procurando por ele e quanta capacidade livre temos para processá-lo. Os voluntários estavam tão concentrados em contar os passes de bola que não viram uma pessoa disfarçada de gorila atravessando pelo centro do círculo de jogadores de basquete.
O símio peludo aparecia visivelmente cruzando a tela durante cinco segundos. Surpreendentemente, 56% das pessoas não conseguiu ver o gorila passando pelo meio da ação. Em outro vídeo, o gorila detém-se, olha à câmera, golpeia-se no peito e depois sai. A ação dura 90 segundos, mas uma vez mais só 50% dos voluntários do estudo viram o intruso peludo.
O que acontece neste caso é um fenômeno denominado "cegueira intencional".
Uma das inquietantes descobertas deste experimento também foi que os pesquisados tinham menos probabilidades de ver o gorila quando pediam que contassem o número de passes realizado pela equipe que usava camiseta branca. Isso significa, segundo Simons, que as pessoas não via o gorila porque não tinha o aspecto daquilo que buscavam... ou porque sim tinha o aspecto do que estavam ignorando -a equipe com a camiseta preta-.
Os olhos só veem em alta resolução dentro de uma raio de dois graus a partir de nosso ponto de enfoque. Em outras palavras, por muito boa que seja nossa visão, a maioria das coisas que nos rodeiam permanecem principalmente fora de foco.
Quando mais nos concentramos em algo que esperamos ver, menos provável que vejamos o inesperado. Existe uma quantidade ilimitada de informação no mundo, mas nossa capacidade para atender à informação é bastante limitada. Estamos limitados ao número de coisas às quais podemos prestar atenção e esta atenção é a porta de acesso à consciência, de forma que só podemos ser conscientes de um subconjunto bem limitado do que há aí fora.