Bactérias conseguem resolver passatempo sudoku
Micróbios foram alterados geneticamente para atuar como números do jogo de lógica
Completar um jogo de sudoku, passatempo em que é preciso preencher blocos com números de um a nove sem repetir o mesmo algarismo, não é fácil, mas bactérias já são capazes da proeza. Uma equipe de estudantes da Universidade de Tóquio, no Japão, conseguiu fazer com que grupos de Escherichia coli (E. coli), um dos micróbios mais comuns no corpo humano, resolvessem o jogo.
Ryo Taniuchi, líder do estudo, diz que o sudoku tem regras simples, então a ideia foi criar um circuito para que as bactérias seguissem. Os pesquisadores começaram com 16 tipos de E. coli, cada um com um código genético diferente – os genes dependiam do local que as bactérias ocupavam em um modelo mais simples do jogo, com números de um a quatro. Os micróbios também conseguiam expressar uma cor diferente para representar os quatro algarismos diferentes.
Como acontece no sudoku convencional, em que alguns números já vem impressos na grade, alguns grupos de bactérias receberam um certo valor logo no início, com o objetivo de estimular as outras a se diferenciarem e ficar com uma certa cor. Os pesquisadores usaram vírus como "mensageiros" para repassar a informação sobre que tipo de bactéria estava em cada grupo umas para as outras.
As E. coli foram programadas para aceitar o código genético apenas de bactérias na mesma coluna, linha e bloco em que estavam. A informação genética guardada nesses vírus também impedia que os micróbios receptores se diferenciassem e ficassem da mesma cor que a bactéria que mandou o sinal. Esse processo de eliminação permitiu completar o desafio.