O consumo moderado de cerveja diminui o risco de doenças
cardiovasculares e não contribui para a obesidade nem para a formação da
chamada «barriga de cerveja», conclui um estudo britânico.
Uma
equipa de investigadores do departamento de epidemiologia e saúde
pública da University College de Londres descobriu que a cerveja ajuda a
prevenir a ocorrência de enfartes do miocárdio e que os consumidores
regulares desta bebida alcoólica têm menos probabilidade de sofrer de
doenças cardiovasculares do que os abstémios.
O estudo, que
concluiu que os benefícios da cerveja são semelhantes aos do vinho, foi
realizado na República Checa, o país europeu com maior índice de consumo
de cerveja por pessoa, junto de 945 homens e 1052 mulheres.
Os
resultados alcançados mostram que as pessoas que consomem, em média, uma
cerveja por dia estão mais protegidas contra as doenças
cardiovasculares do que as que nunca ingerem a bebida.
No
entanto, o estudo orientado pelo professor inglês Martin Bobak revelou
igualmente que a protecção está associada apenas ao consumo moderado, já
que as pessoas que bebem, em média, duas cervejas por dia têm maior
risco de enfarte do que os abstémios.
A investigação, apresentada
pelo docente britânico, analisou igualmente a relação entre a cerveja e
a obesidade, obtendo resultados que desmistificam a ideia de que o
consumo da bebida leva à formação da chamada «barriga de cerveja».
O
estudo concluiu que, nos homens, há uma relação positiva mas não
significativa entre a cerveja e a obesidade abdominal (medida pela
proporção cintura-anca), enquanto nas mulheres o consumo moderado está
até associado a um menor índice de massa corporal.
Para o
nutricionista da Universidade do Porto Manuel Rocha de Melo, que também
esteve presente na divulgação da pesquisa, existem estudos recentes que
concluem que a obesidade não está relacionada com a cerveja, mas com os
alimentos habitualmente associados ao consumo da bebida, como os fritos e
os aperitivos salgados.
Segundo o especialista em nutrição, a
cerveja apresenta um valor calórico inferior à generalidade dos
refrigerantes e tem nutrientes importantes para uma alimentação
equilibrada, como a vitamina B e a fibra solúvel, que esta bebida
alcoólica fornece em tanta quantidade como o sumo de laranja.
Manuel
Rocha de Melo salientou ainda que a cerveja é a maior fonte de silício
na alimentação, um elemento fundamental à boa mineralização óssea e que
ajuda a prevenir a osteoporose.