Em meio ao embate com as centrais sindicais em torno do aumento do salário mínimo, a presidenta Dilma Rousseff prometeu,
nesta quarta-feira, enviar ao Congresso um projeto de longo prazo para
reajustes salariais. Ela, no entanto, não citou valores. O governo quer
manter o valor em até R$ 545, mas as centrais brigam por R$ 580.
"Manutenção de regras que permitam ao salário mínimo recuperar o seu
poder de compra é um pacto deste governo com os trabalhadores", disse.
[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem] Dilma é recebida pelo senador José Sarney (PMDB-AP) antes de sua mensagem ao Congresso
A promessa foi feita durante sua mensagem ao Congresso, na abertura dos
trabalhos dos parlamentares. Em sua fala, Dilma fez um apelo aos
deputados e senadores para que seja estabelecida uma parceria entre os
Poderes pelo "desenvolvimento" e pela democracia do País. Bastante
aplaudida, ela sugeriu um "pacto" entre os Poderes para garantir avanços
em diferentes áreas, como economia e social.
No final do discurso, Dilma arrancou risos no plenário ao repetir que
trabalhará em conjunto com a agenda da Congresso para garantir a
reforma política.
Em sua mensagem, a presidenta voltou a reforçar que vai se dedicar à
luta para erradicar a miséria, a principal promessa de sua campanha
eleitoral. Dilma pediu a colaboração dos parlamentares para assegurar os
direitos básicos de alimentação, habitação e acesso à saúde. " O Brasil
não pode aceitar mais que milhares de pessoas continuem vivendo na
miséria, que não tenham alimentação suficiente", disse.
Dilma garantiu também que o governo vai manter a estabilidade
econômica "como valor absoluto" e não permitirá, "sob nenhuma hipótese",
a volta da inflação.
A presidenta prometeu também prevenção para evitar tragédias como a
de Novo Friburgo, na região serrana do Rio, no mês passado. "Nenhum país
é imune ao risco de tragédias naturais, mas, no Brasil, não podemos nem
devemos esperar o próximo ano para chorar nossas vítimas", disse.
Ela saudou os ministros da Casa Civil, Antonio Palocci, presidente do
TSE, Ricardo Lewandowski, e os presidentes da Câmara, Marco Maia, e do
Senado, José Sarney. Aproveitou o discurso para elogiar o antecessor, o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao dizer que o governo cumpriu
desafios por vezes considerados impossíveis.
No discurso que durou cerca de 30 minutos, Dilma citou as principais
bandeiras de sua campanha e prometeu priorizar os investimentos no
programa Minha Casa Minha Vida, no PAC (Programa de Aceleração do
Crescimento).