Aos
13 anos de idade, o argentino Kouichi Cruz é o aluno mais novo da
Faculdade de Matemática, Astronomia e Física (FAMAF) da Universidade de
Córdoba. Ele estudará ainda, simultaneamente, engenharia informática e
ciências econômicas na mesma universidade.
Kouichi é filho único,
mora com uma tia, Alejandra Perez, na cidade de Córdoba, e seus pais
vivem na Espanha, onde trabalham. “Kouichi está tendo a infância que
quer ter. Ele é feliz assim, estudando”, disse à BBC Brasil a tia
Alejandra Perez.
Ela contou que no início, quando Kouichi era
bebê, a família chegou a pensar que ele fosse “autista”. Mas aos quatro
anos de idade, os exames médicos indicaram que o menino tinha o QI mais
alto que a média das crianças da sua idade.
“Ele
estuda de manhã e também à tarde. E em casa, quando não está resolvendo
problemas de matemática, gosta de assistir alguns programas de comédia
na televisão”, conta ela. Futebol ou outros esportes não fazem parte de
sua agenda de interesses.
O menino nasceu na cidade de Bahia
Blanca, na província de Buenos Aires. Seus pais se mudaram para a
província de Jujuy, no norte do país, porque ali ele podia estudar mais
adiantado que os colegas da sua idade, sem ter que respeitar um
cronograma por faixa etária.
No primeiro dia de aula, nesta
semana, o universitário disse ao jornal Clarín que as aulas foram mais
fáceis do que imaginou. “A aula não foi tão simples como no segundo
grau, mas também não foi tão complicada como cheguei a imaginar”,
afirmou.
Kouichi, segundo a tia, é “rápido” para resolver
questões matemáticas, tímido no início de uma nova conversa, mas
decidido em relação ao que quer ser quando crescer. “Ele quer ser
empresário e acha que estudar é fundamental para esta meta”, disse a
tia.
O
reitor da FAMAF, Daniel Barraco, afirmou ao jornal argentino que é a
primeira vez que um menino de 13 anos está entre os universitários dessa
carreira. “Sinto enorme emoção por ter aqui uma pessoa tão jovem e tão
inteligente na faculdade. Mas sabemos que por ele ser tão jovem também
aumenta nossa responsabilidade em relação a ele”, disse Barraco.
Os
pais de Kouichi – ela é farmacêutica; ele, anestesista – choraram ao
deixar o menino com a tia materna. “Mas, apesar das lágrimas, eles só
estão respeitando a vontade do menino que há muito tempo sabia onde e
que carreira universitária seguir. Eles só o deixem voar porque sabem o
que ele quer”, disse a tia.
Kouichi, contou, é assim chamado
obedecendo a filosofia budista seguida pelos pais. “Nos contaram que
Kouichi quer dizer 'o primeiro' e 'brilhante' e o nome realmente foi
feito pra ele” afirma.
“Kouichi sempre soube o que quis: estudar
matemática, informática, engenharia. Para ele, são carreiras que se
complementam”, disse a tia.
A rotina do garoto é diferente do
cotidiano dos meninos da sua idade, especialmente a partir deste ano,
depois de ter passado nas provas para entrar na universidade.