Há
mais de 10 anos que o caso continuava sem explicação ou indício do
possível suspeito: várias pessoas tinham sido alvejadas a tiro em
paragens de autocarro. Uma dessas pessoas morreu; várias ficaram
feridas.
Sem tempo para analisar e conjugar todos os dados
recolhidos durante a investigação, os detetives suecos resolveram
recorrer a uma plataforma de business intelligence da QuilkTech, que
anteriormente era usada para outros fins.
E segundo conta um
comunicado da empresa QuilkTech foi assim que se fez "luz" sobre a
identidade do suspeito, que entretanto foi detido e atualmente a aguarda
julgamento na justiça sueca.
Os números são elucidativos quanto
ao potencial que as aplicações criadas originalmente para prevenir
ganhos e perdas na gestão de uma empresa podem vir a ter na investigação
de crimes.
O caso agregava dois milhões de relatórios
criminais, que continham mais de dois mil milhões de linhas de dados.
Pelas contas da polícia sueca, seriam necessários três meses para três
investigadores lerem os relatórios produzidos durante um ano de
investigação. Sozinho, um investigador iria precisar de 43 anos para
analisar toda a informação (relatórios e tudo o resto) recolhida durante
os 10 anos de investigação.
Com o recurso à plataforma de
business intelligence, os policiais demoraram apenas três horas a
carregar dados e a configurar relatórios interativos. Além de estruturar
e "digerir" informação, a plataforma permitiu aos investigadores
apresentar questões, juntar novos dados e ainda cruzar informação de
formas que o software não tinha inicialmente contemplado.
Depois
deste primeiro caso, a polícia de Malmö e Skane está a ponderar usar
plataformas de business intelligence no dia-a-dia. Rastreio de ações
suspeitas e de carros roubados são algumas das áreas que podem vir a
beneficiar desta ajuda tecnológica.
Além da capacidade para
cruzar informações de várias fontes e múltiplos parâmetros, a velocidade
do processamento de dados mereceu especial destaque por parte dos
detetives suecos: "A rapidez é essencial em qualquer trabalho policial a
nível mundial. Com esta tecnologia disruptiva podemos salvar vidas,
antecipar atos criminosos e localizar comportamentos anti-sociais",
sublinha Berth Simonsson, inspetor da polícia de Malmö.