Para o Presidente dos Estados Unidos, a moeda
chinesa continua subvalorizada e deve ser objecto de “um novo ajuste”
para que a segunda economia do mundo não saia beneficiada nos mercados
cambiais.
À saída do encontro, hoje, em Washington, Obama falou
aos jornalistas com Hu ao lado para felicitar a flexibilização das taxas
de câmbio do iuan – reivindicação recorrente norte-americana, à qual,
na véspera, Pequim deu resposta sinalizando, pela voz do ministro dos
Negócios Estrangeiros, Hong Lei, que o país estaria aberto a uma
reforma.
Os Estados Unidos consideram que a China mantém uma
desvalorização artificial da divisa, em benefício das exportações, e
culpam Pequim por ser uma das responsáveis do défice comercial com os
EUA.
Em 2005, o iuan deixou de estar exclusivamente indexado ao
dólar e abriu a porta à aquisição de activos denominados, por exemplo,
em euros, por parte do banco central da China.
Preocupados em
expandir a sua moeda, os responsáveis pela política económica do
principal mercado emergente não deixaram de se concentrar naquilo que já
faziam antes: não quebrar a expansão do sector exportador. E, desde
2009, celebraram acordos com diversos países para injectar a sua moeda
noutros sistemas bancários e beneficiar as exportações chinesas em
iuans.
Pequim viu a sua moeda valorizar três por cento em relação
ao dólar nos últimos seis meses, mas para alguns sectores financeiros –
não apenas nos Estados Unidos – a valorização continua a ser
insuficiente.
Combate ao roubo de propriedade intelectual
No
encontro, Obama continuou com a mensagem de boas-vindas e, fazendo o
elogio chinês, reclamou um sistema comercial global mais justo,
felicitando a abertura de Pequim em travar o “roubo de propriedade
intelectual”, que, disse, compromete a competitividade das empresas
norte-americanas.
A crítica dos Estados assenta sobretudo no
incumprimento, na China, das leis contra a apropriação intelectual de
produtos e serviços de empresas estrangeiras – por outras palavras, a
ineficácia legislativa anti-pirataria intelectual, nomeadamente de software de computadores e de DVD.
A
visita de Hu Jintao serviu também para celebrar acordos comerciais
entre os dois países no valor de 45 mil milhões de dólares (33,71 mil
milhões de euros), para além dos 400 mil milhões anualmente negociados
entre os gigantes.
Nos Estados Unidos, a medida vai permitir
manter 235 mil postos de trabalho, segundo disse à agência AFP um
responsável da Casa Branca, e reflectir-se em investimentos na
agricultura e nas telecomunicações. O “pacote” acordado inclui ainda a
compra de 200 aviões Boeing no valor de 19 mil milhões de dólares (mais
de 14 mil milhões de euros).