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| Assunto: Operação em carceragem do RJ apreende R$ 20 mil, diz MP Seg Fev 07, 2011 4:51 pm | |
| A operação Grades Limpas, deflagrada na manhã desta segunda-feira (7) na carceragem da Polinter em Araruama, na Região dos Lagos do Rio, apreendeu R$ 20 mil e acabou com três policias presos, de acordo com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ).
O objetivo da ação é desarticular uma quadrilha que agia na carceragem suspeita de cobrar propina em troca de benefícios para alguns presos. A operação é realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e pela 1ª Promotoria de Justiça de Araruama, em parceria com a Corregedoria Geral Unificada (CGU) das Polícias.
Os policiais presos vão responder ao processo criminal a partir da denúncia do MP e ao processo administrativo da CGU. Eles podem ser demitidos da corporação, segundo os promotores.
De acordo com o MP-RJ, uma pequena quantidade de maconha foi apreendida na sala da administração da carceragem e no banheiro do carcereiro. Desde a manhã desta segunda, foram cumpridos 10 mandados de prisão temporária expedidos pela Vara Criminal de Araruama. Um suspeito ainda está foragido.
O MP-RJ informou que um inspetor da Polícia Civil foi preso dentro da carceragem. Com ele, foram apreendidos cerca de R$ 1.100 e um cheque de R$ 4 mil. Outros dois inspetores foram presos em suas casas, localizadas em Niterói,na Região Metropolitana, e em Magé, na Baixada Fluminense.
Celas especiais Dentro da carceragem, onde foi cumprido o mandado de busca e apreensão, foram descobertas, segundo o MP-RJ, cinco celas especiais que acomodavam uma média de três presos cada uma, enquanto as outras chegavam a receber mais de 30 detentos.
As investigações apontaram ainda que a quadrilha cobrava R$ 3 mil de entrada e uma quantia semanal de R$ 200 de cada preso em troca da permanência nas celas especiais, onde havia regalias como aparelhos de som e de DVD, ar-condicionado e até um videogame de última geração. Nestas celas, foram apreendidos cerca de R$ 18 mil em dinheiro. Também de acordo com a investigação, os presos que denunciassem o esquema seriam punidos com severas agressões.
MP diz que contabilizou 20 mil preservativos encaixotados
A operação, segundo o MP, descobriu ainda, dentro da carceragem, uma sala especial para visitas íntimas com cama, frigobar e ar-condicionado. Para usá-la, os envolvidos no esquema cobravam R$ 50 por um período de meia hora ou R$ 100 por uma hora. Ao lado dela, nas salas de administração, o MP-RJ afirma que contabilizou cerca de 20 mil preservativos encaixotados. No pátio interno da Polinter, havia duas construções improvisadas com TV, som e fogareiro, que abrigavam um preso em cada. Além disso, o local contava com uma cantina, que seria explorada comercialmente pelos presos, onde foram encontradas centenas de salgadinhos e mais de 600 garrafas de refrigerante.
Além dos policiais presos, a quadrilha era composta por outros oito detentos que também tiveram prisão decretada. Destes, sete foram encontrados no local.
Os promotores informaram que os presos serão denunciados, nos próximos dias, por diversos crimes, entre eles formação de quadrilha e concussão. De acordo com o MP-RJ, o esquema de corrupção lucrava com banhos de sol e até quentinhas fornecidas pelo estado. |
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